Encontro de moradores marca retomada do projeto “Tamarutaca – Memória e história de sua gente”

Com recursos do Programa de Ação Cultural – ProAC, projeto do MDDF quer registrar a história oral dos moradores de uma das maiores favelas do município de Santo André

Uma noite para falar, ouvir e relembrar passagens importantes da Favela Tamarutaca, de Santo André, a partir da memória de seus moradores mais antigos, marca a retomada do projeto “Tamarutaca – Memória e história de sua gente”, que resgata, por meio da história oral, as lutas e conquistas da comunidade desde seu surgimento, na década de 1970. A reunião desses personagens, que têm colaborado com a pesquisa da história local, aconteceu no dia 12 de março, na sede da igreja Assembleia de Deus da comunidade. Na reunião, os moradores tiveram a devolutiva da coordenação do projeto sobre os resultados de parte da pesquisa e poderão validar e complementar as informações e os dados.

O “Tamarutaca – Memória e história de sua gente” é um projeto do Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores de Favelas de Santo André – MDDF, contemplado com recursos do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e o Programa de Ação Cultural – ProAC. O objetivo é registrar a história oral da Tamarutaca, uma das maiores favelas do município de Santo André, atualmente com 1.266 domicílios (Sumário de Dados da Prefeitura de Santo André, 2022).
O registro da história local vem sendo feito desde 2019 por meio de oficinas, entrevistas e pesquisas em órgãos oficiais. O material já coletado será agora aprofundado e referendado, com a promoção de novas oficinas e trajetos pelo território.
Os moradores assumirão papel de protagonistas no resgate da história local. O MDDF pretende mapear toda a história dessa comunidade e dar visibilidade aos moradores, ao mesmo tempo em que dá destaque às manifestações culturais do território.
“Vamos falar das particularidades da região, como o processo de urbanização ocorrido a partir do fim da década de 1980, bem como tratar dos desafios enfrentados pelos moradores, sempre tendo como base os relatos e a memória dos personagens mais representativos da Tamaratuca. Estamos resgatando e registrando esses saberes, que se tornarão uma herança para as novas gerações”, explica Josenilda Maria da Silva, presidente do MDDF.

Publicação – Como produtos, o projeto prevê uma publicação – impressa e digital – a ser distribuída para moradores da comunidade e para instituições públicas. O projeto contempla ainda a realização de um documentário em vídeo. Também conta com parcerias com o Museu de Santo André, disponibilizando metodologia de percepção do patrimônio cultural. A publicação será incluída no acervo municipal, com vídeos das entrevistas de moradores.
“O Censo de 2010 revelou que a população residente em favelas passou de 6,5 milhões em 2000 para 11,4 milhões de pessoas em 2010, concentradas principalmente nas grandes cidades. Nesse sentido, o projeto assume uma importância cultural muito grande frente aos desafios colocados pela dimensão histórica que as favelas tomaram no Brasil”, comenta Elena Maria Rezende, pesquisadora responsável pelas entrevistas e coleta de informações históricas sobre a constituição da Tamarutaca.
Sobre a Favela Tamarutaca – A Tamarutaca, no início conhecida como Sítio Casa Grande, tem uma história de aproximadamente 50 anos. A comunidade começou a se formar nos anos 1970, tendo como os seus primeiros moradores, principalmente, pessoas que vieram do Nordeste em busca de melhores condições de vida, embora tenham convivido durante décadas com falta de acesso à água encanada, energia, rede de esgoto e asfalto. O processo de urbanização da Tamarutaca teve início em 1989, mas somente em 2008 foi concluído. Os moradores conquistaram o título da terra apenas em 2021.
A comunidade ainda possui a primeira casa ocupada na área e que deu origem a toda a Tamarutaca. Após mais de 40 anos da ocupação, é possível registrar as relações de identidade dos moradores com o local, que se dizem orgulhosos de residirem na comunidade.


Sobre o MDDF – O MDDF Santo André foi fundado em 1987, a partir da criação em Santo André do Movimento de Defesa dos Favelados em 1977, para representar moradores de núcleos e conjuntos em Santo André.
É uma associação de caráter civil, de direito privado, sem fins lucrativos, constituída para defender o direito de todos à moradia digna e à cidade, tendo entre suas finalidades a promoção da cultura, da educação, da saúde, do esporte e lazer.
O MDDF é uma entidade certificada pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura Viva, por promover ações culturais nas favelas de Santo André, atuando em rede e fortalecendo a cultura local.
Integrante do Conselho Municipal de Políticas Culturais, o MDDF está presente em diversos fóruns, audiências públicas, congressos e seminários em nível local, estadual, nacional e internacional, além de diversas ações de fortalecimento da organização comunitária nas comunidades associadas.
Ao longo destes 35 anos de existência, o MDDF tem atuado nas favelas do município com diversos projetos nas áreas de cultura, meio ambiente e participação cidadã, oferecendo atividades socioeducativas e culturais para os moradores, em parceria com a Prefeitura de Santo André e entidades como o SESC.


Mais informações:
11 91607-5032 ou pelo e-mail: mddf@mddf.org.br

Ações solidárias na luta contra o coronavirus

Fundação Banco do Brasil e MDDF entregam alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade
Mais de 60 comunidades de Santo André receberão ação de assistência social em combate ao coronavírus;

Moradores de comunidades e conjuntos habitacionais de Santo André começaram a ser beneficiados com uma ação social promovida pela Fundação Banco do Brasil e pelo MDDF (Movimento de Defesa dos Direitos de Moradores em Núcleos Habitacionais), instituição que atua no município há mais de 30 anos em defesa de direitos e interesses da população em situação de vulnerabilidade social.

Ao longo desta semana, serão doadas 900 cestas básicas e kits de higiene e limpeza para mais de 3,5 mil pessoas que moram em 64 comunidades, totalizando cerca de 25 toneladas. Dentre as comunidades beneficiadas estão a Tamarutaca (Vila Guiomar), Favelinha do Amor (Vila Luzita), Morro do Kibon (Sítio Cassaquera), Ciganos (Utinga) e Eucaliptos (Cata Preta), além dos conjuntos habitacionais Prestes Maia e Gonçalo Zarco (Vila Sacadura Cabral), Procópio Ferreira (Vila Humaitá), Guaratinguetá (Jardim Alzira Franco) e Jorge Beretta (Vila Curuça).

“Essa ação surgiu como uma demanda do Comitê das Comunidades, criado pelo MDDF para dar apoio à periferia neste momento de pandemia do novo coronavírus. As iniciativas governamentais ainda não conseguem atingir toda a população, por isso, como entidade da sociedade civil, buscamos alternativas para que as famílias tenham acesso a algum benefício e alimento na mesa”, explica o líder do comitê, Edinilson Ferreira dos Santos, 39.

A ação de assistência social foi possível com o apoio do Banco do Brasil, BB Seguros, Banco BV e COOPERFORTE, que investiram R$ 100 mil para ajudar pessoas mais atingidas pela crise da Covid-19. Outro parceiro foi o Sindicato dos Bancários do ABC, que ajudou no apoio logístico para montagem e distribuição das cestas.

Livro para alimentar a alma

As doações ainda contaram com um componente especial. A Rede Beija-Flor de Pequenas Bibliotecas Vivas, uma associação da sociedade civil de Santo André em defesa do direito à leitura e à literatura, entregou 400 livros para alimentar a alma, trazer informações e entretenimento para adultos e crianças.

“Essas doações vão me ajudar muito porque a minha situação financeira ficou um pouco prejudicada. Vou aproveitar para ler o livro e me distrair”, afirma a costureira Maria das Graças Leite, 51, moradora do Conjunto Habitacional Prestes Maia, na Vila Sacadura Cabral.

Precisamos sempre de voluntários e doações. Se você puder ajudar, entre em contato com a gente!

Nota pública do MDDF à Prefeitura de Santo André e toda sociedade

Foto: Tamarutaca vista do Conjunto Prestes Maia, por Sandra de Abreu

MEDIDAS VISANDO MINIMIZAR OS EFEITOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS SOBRE AS COMUNIDADES DE FAVELAS E CONJUNTOS HABITACIONAIS

O Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Núcleos Habitacionais – MDDF SANTO ANDRÉ, na qualidade de entidade da sociedade civil representante dos moradores de favelas e núcleos habitacionais de Santo André, buscando auxiliar nas medidas a serem adotadas pelo poder público, concessionarias de serviços públicos, entidades parceiras e moradores das favelas e conjuntos habitacionais populares conclama a todos para implementar medidas urgentes para enfrentar a pandemia do Coronavirus.

Antes vale lembrar que esta luta é de todos e que cada um de nós temos muita responsabilidade com a diminuição do contagio pelo vírus.  Reforçamos todas as medidas já amplamente divulgadas nos meios de comunicação, quer sejam elas de higiene, quer sejam para evitar aglomerações e cuidar da população de risco.

Cartilha da Prefeitura de Santo André com orientações

Esta crise demonstra o quanto o Sistema de Único de Saúde é fundamental na vida de todos os cidadãos e o quanto os cortes nos recursos públicos do SUS colocam em risco toda a sociedade.

Listamos as seguintes medidas que devem ser adotadas de imediato visando reduzir o sofrimento da população mais vulnerável da cidade:

  • Isenção da cobrança do consumo de agua e luz por 90 dias ou enquanto durar a pandemia em todas as comunidades de favelas, conjuntos habitacionais e aos demais moradores inseridos no Cadastro Único;
  • Entrega de kits de higiene (sabão, água sanitária, álcool em gel), cestas básicas e vale gás às famílias mais vulneráveis e às famílias que possuem filhos matriculados nas EMEIEFs e creches municipais e que deixaram de contar com a merenda escolar diariamente;
  • Circulação de carro som e instalação de faixas em regiões de periferia, orientando sem causar pânico, mas de forma clara sobre o que fazer;
  • Exigir que os empregadores liberem seus empregados para ficar em casa, salve se estes realizam função essencial (o que não inclui empregados domésticos, porteiros, recepcionistas, etc);
  • Colocar o efetivo da guarda municipal e equipes de fiscalização nos locais mais distantes da cidade, garantindo que somente os comércios essenciais funcionem e evitando aglomeração, para cumprimento do Decreto nº 17.328/20;
  • Disponibilizar espaços descentralizados para triagem e avaliação de casos suspeitos do novo coronavírus;
  • Transformar (a exemplo do Estádio Bruno Daniel e Dell Antonia) o Ginásio Esportivo do Parque Celso Daniel e o Esporte Clube Santo André em unidades de tratamento de casos mais leves do coronavírus, visto que muitas casas nas favelas não possuem espaço suficiente para isolamento;
  • Disponibilizar caminhão pipa com regularidade para regiões onde há falta d’água;
  • Garantir locais mais adequados para abrigo das pessoas em situação de rua.
  • Implementar imediatamente ações de proteção a toda equipe do Programa Saúde da Família, de forma que realizem com segurança ações eficazes de diagnóstico, educação e monitoramento nos territórios.

Santo André, 22 de março de 2020.

MDDF Santo André

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-03/cufa-apresenta-propostas-para-prevenir-coronavirus-nas-favelas

https://www.washingtonpost.com/world/the_americas/brazil-coronavirus-rio-favela/2020/03/20/2522b49e-6889-11ea-b199-3a9799c54512_story.html

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51954958

http://www.mpf.mp.br/pfdc/noticias/pfdc-pede-ao-ministerio-da-saude-que-informe-planejamento-para-lidar-com-o-coronavirus-em-favelas-e-periferias

Favela na Tela

O MDDF convida para os eventos finais do projeto Favela na Tela, apoiado pelo Fundo Municipal de Cultura de Santo André.

Sesc Santo André dia 29, 18h
e
Museu de Santo Andre dia 31, 19h.

Exibição do doc Perspectivas em cena, lançamento da exposição fotográfica A favela que eu vejo, diálogo e apresentação musical com Araújo Everton (Araújo Paz)!

Veja um pouco deste projeto:

Projeto No Meio da Vila

No Meio da Vila: novo projeto do MDDF apoiado pelo Fundo Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental

O Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Núcleos Habitacionais de Santo André inicia o Projeto no Meio da Vila: sensibilizando moradores para o cuidado com a cidade, aprovado por seleção pública do Conselho Municipal de Gestão Ambiental de Santo André.

O projeto permitirá a formação de 60 moradores de favelas e conjuntos habitacionais como Agentes Ambientais Comunitários. A formação ocorrerá por meio de visitas técnicas aos locais de interesse ambiental da cidade, incluindo o Aterro Sanitário Municipal e Unidades de Conservação do Parque do Pedroso e Vila de Paranapiacaba.

Formalização do apoio do Fundo Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental

Ao longo dos próximos quatro meses de formação prática na área ambiental, os moradores das comunidades Conjunto Prestes Maia, Conjunto Gonçalo Zarco, Tamarutaca, Ipiranga e Piracanjuba serão mobilizados para realizar pequenas transformações em suas comunidades que melhorem a qualidade ambiental. “Queremos que as pessoas discutam e reflitam como o meio ambiente influencia na qualidade de vida de cada um e como cada pessoa pode colaborar para transformar seus espaços de forma coletiva”, afirma Josenilda Maria da Silva, presidenta do MDDF.

A primeira etapa do projeto será o lançamento em todas as comunidades envolvidas. Num segundo momento será realizada a formação por meio de visitas e no final do projeto, ações de revitalização de áreas degradadas, por meio de mutirão com o apoio do MDDF.

Tod@s estão convidad@s a participar do lançamento do projeto, que contará com diversão para a familia inteira pelas ruas dos núcleos com os artistas da Associação Ribeiraopirense de Cidadãos Artistas!

08.04 – Aniversário de Santo André – 10h – 13h. Núcleos Ipiranga e Piracanjuba. Concentração na Praça Seijim Toguchi, Parque João Ramalho

13.04 – 9h – 12h. Núcleo Tamarutaca. Concentração no Centro Comunitário Tamarutaca, rua Guarunhuns s/n, Vila Guiomar.

13.04 – 14h – 17h. Conjunto Prestes Maia e Gonçalo Zarco. Concentração na Praça Capixingui, rua Capixingui s/n, Vila Sacadura Cabral.

Seu Durvalino

Valeu a luta velho guerreiro!
Durvalino
A convicção de que a luta é necessária para se construir um mundo melhor nunca faltou ao Seu Durvalino. Lider comunitário do Núcleo Vila Junqueira e membro da Diretoria do MDDF, tendo sido presidente de 2002 a 2006, ele nunca se furtou a questionar, reivindicar e participar ativamente de conferências, reuniões, sempre defendendo o direito à moradia digna.
O Mddf Santo André se solidariza com seus familiares e amigos neste momento de pesar, com a partida de Durvalino Pereira de Souza nesta noite de sábado, em 28 de abril, mas temos certeza de que sua garra e determinação é um exemplo que sempre ficará para todos.
Durvalino Presente!

Convocação para Assembleia Ordinária – Eleição de Diretoria e Conselho Fiscal

O Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Núcleos Habitacionais – MDDF Santo André CONVOCA todos seus associados para Assembléia Geral Ordinária.

Pauta:
Eleição da Diretoria e Conselho Fiscal
Mandato 2018-2021
Data:  Segunda-feira, 26 de março de 2018
Local:  Auditório da Câmara Municipal de Santo André
Horário: 18h
Informações: 2988-4088 ou mddf@mddf.org.br

Marielle vive!

Morre uma de nós, mas sua luta jamais morrerá.

Hoje é um dia triste para todos nós, militantes das causas sociais, militantes dos excluídos, dos favelados e faveladas. Ao saber da morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, mas antes disso, moradora de favela, negra e lutadora daqueles que são colocados à margem da sociedade e são tratados cotidianamente como bandidos, ficamos estarrecidos e perplexos, com um aperto muito forte nos nossos corações. Não podemos deixar que este crime caia no esquecimento. Temos que dar continuidade a sua luta e exigir justiça. Hoje nós do MDDF – Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Favelas de Santo André — nos solidarizamos com seus familiares, amigos e militantes assim como nós, pois perdemos uma guerreira de nossas causas. Mas sua morte não será em vão.

Que em cada reunião, que em cada comunidade nós possamos denunciar e lembrar sua luta e levar sua luta adiante.

Marielle Franco, presente!

MDDF- Santo André

15 de março de 2018quem-era-marielle