Notícias do MDDF – novembro de 2011

Fortalecimento dos Comitês Locais

A parceria entre o MDDF e a BrazilFoundation permite criar uma rede das associações e comissões de moradores em diversos núcleos da cidade.   Atualmente, o MDDF está trabalhando junto com as comunidades Jardim Santo André, Haras, Gamboa, Conjunto Avenida do Estado, Conjunto Prestes Maia e Sacadura Cabral por meio de apoio técnico para planejamento e realização das ações prioritárias de cada área. O MDDF ainda terá ações nos núcleos Homero Thon, Pedro Américo, Quilombo, Capuava, Jardim Cristiane e Pintassilgo, buscando fortalecer a organização comunitária.

Membros do comitê local Jardim Santo André mostram a áreas de despejos na rua Missionários

Ação Civil Pública

A pedido do MDDF, o Ministério Público ingressou com uma Ação Civil Pública contra a Fundação CASA e MGV Construções, depois de investigar várias irregularidades na construção de duas unidades da Fundação CASA em terreno público municipal a passos do Conjunto Prestes Maia, o maior conjunto habitacional municipal da cidade.

Fundação CASA em construção, com muro público que caiu em janeiro de 2010 e crianças do Conjunto Prestes Maia

Documentário da história do MDDF

O MDDF já iniciou a primeira etapa de produção do documentário Resgatando a História e Construindo o Futuro, que conta a história do movimento de favelas de Santo André por meio de entrevistas com os protagonistas do movimento.   O documentário será gravado em dezembro e janeiro, com lançamento em março de 2012, ano em que o MDDF completará 25 anos de existência legal.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Formação de Redes

O encontro mensal do MDDF de outubro teve como tema saneamento ambiental e os riscos da parceria público-privado (PPP) que foi proposto para ampliação da rede de esgoto.  Foram debatidas as consequencias da PPP para os núcleos, que não estão inclusos na proposta de investimento privado.  O MDDF decidiu por ser contrário a PPP, da forma que está proposta, em adesão ao Movimento em Defesa do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental).  Em novembro, lideranças de seis núcleos se encontraram na sede da Pastoral da rua Missionários do Jardim Santo André.  Em visita a campo, os membros da comissão de moradores explicaram as falhas do poder público municipal e estadual na condução das remoções e obras de contenção das áreas de risco e denunciaram a falta de perspectiva para uma solução definitiva para os moradores afetados pelas obras.

Encontro de outubro

Eventos

Em busca de contribuir para a construção de políticas públicas, três representantes da diretoria do MDDF participaram no Seminário 10 anos do Estatuto da Cidade, realizado na Universidade Federal do ABC em novembro.  O MDDF também participou nas semanas de Geografia e Ciências Sociais da Fundação Santo André, por meio de palestras ministradas pelo presidente da entidade, Edinilson Santos.   Colaboradoras do MDDF também participaram do evento beneficiente da sociedade canadense de São Paulo, que arrecadou fundos para a compra de equipamento necessário para a exibição do documentário Resgatando a História, Construindo o Futuro nos núcleos de Santo André.  O MDDF ainda prestigiou a abertura do Festival CineFavela, no CineSESC, a partir do convite da entidade não governamental KinoForum, que realizou oficinas de audiovisual em parceria com o MDDF no Projeto Criança Cidadã.

Apresentação por Edinilson Santos, presidente do MDDF, no Centro Universitário Fundação Santo André

Ministério Público atende pedido do MDDF e exige paralisação da obra da Fundação CASA

O MDDF foi informado ontém pelo Ministério Público do Estado de São Paulo que a Promotoria de Habitação e Urbanismo de Santo André ingressou com Ação Civil Pública contra a Fundação CASA e MGV Engenharia e Construções Ltda.  Veja os motivos para quais o MDDF denunciou a obra aqui.  

Mais informações sobre por que os moradores do entorno exigem desde 2009 diálogo sobre a Fundação CASA – http://febemnao.wordpress.com/sobre-a-fundacao-casa/

http://www.dgabc.com.br/News/5928337/mp-pede-a-paralisacao-de-obra-em-santo-andre.aspx

MP pede a paralisação de obra em Santo André

Elaine Granconato

Do Diário do Grande ABC

O Ministério Público propôs ação civil pública, com pedido de liminar, contra a Fundação Casa e a MVG engenharia e Construções, responsáveis pela construção de duas unidades de internação no bairro Sacadura Cabral, em Santo André. Além da paralisação imediata da obra, o promotor aponta a falta de concessão de licença do município.

Em apreciação inicial, o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, Carlos Aleksandar Romano Batistic Goldman, determinou que Fundação Casa e MVG se manifestem em 72 horas – o prazo conta-se a partir da intimação pessoal das rés pelo oficial de Justiça. Até ontem, não havia ocorrido.

O promotor de Habitação e Urbanismo de Santo André, Fábio Henrique Franchi, afirmou não ser contra a construção das unidades. Mas reforçou que toda obra, pública ou privada, deve ser submetida à aprovação do município. O que não ocorreu.

“A Fundação Casa, a quem caberia dar o exemplo, inverteu todo o processo. A MGV também é responsável pela irregularidade. A construção segue sem aprovação do projeto e sem alvará”, afirmou nos autos.

A Fundação Casa informou que ainda não foi notificada e por isso não se manifestará. O Diário não localizou representante da MGV. A Prefeitura de Santo André não respondeu.

Convite para encontro do MDDF – 19 de novembro

Participe do encontro do MDDF neste sábado, 19 de novembro!

Nosso encontro mais recente aconteceu no auditório da Câmara Municipal no 22 de outubro.
Na pauta:

1.  Situação do núcleo Missionários – visita à área dos despejos e discussão

2.  Fortalecimento dos comitês locais do MDDF – próximos passos

3.  Planejamento de confraternização de fim de ano.

Ponto de encontro: Paço Municipal às 9h, próximo ao lago.  Haverá transporte para o Jardim Santo André.

O encontro acontecerá das 10h-12h na Pastoral, na rua Missionários.  Todos são bem-vindos!  Mais informações: 2988-4088.

Favor confirme presença preenchendo o formulário abaixo:

Passarela na Avenida Prestes Maia

O MDDF, entidade que representa moradores dos núcleos habitacionais de Santo André, vem a publico para exigir e apoiar a construção de passarela na Avenida Prestes Maia entre o Núcleo Tamarutaca e o Conjunto Habitacional Prestes Maia.

Nos últimos dias vivenciamos a dor das famílias que perderam seus entes queridos de forma trágica na Avenida Prestes Maia. Ouvimos muitos moradores se perguntando por que não se evitou todo este sofrimento? Porque a Prefeitura não construiu a passarela já aprovada em emenda parlamentar de 2010? Como resposta, ouvimos da Prefeitura de Santo André rápidas promessas, dando a entender que a construção da passarela é uma demanda nova e que há boa vontade em dialogar com a população.

Entendemos ser valiosa toda ação que visa garantir a segurança dos moradores que atravessam a pista para ir ao trabalho, à escola, ao comércio e tantos outros lugares. Porém o anuncio da Prefeitura sobre a instalação de radar na Avenida Prestes Maia parece ser produzido para enganar os moradores da cidade, pois no local do acidente já existem há anos radares nos dois sentidos da via.

As centenas de pessoas que arriscam suas vidas para atravessar esta avenida o fazem porque não há alternativa. O único semáforo de pedestre existente está em frente da Fundação Santo André, a uma distância de 473 metros. Para acessá-lo é necessário atravessar duas pistas sem semáforo e passar sob um viaduto.

O MDDF acrescenta que desde o início das obras da Fundação Casa neste local o fluxo de pessoas que partem do Conjunto Prestes Maia sentido Vila Guiomar tem migrado para este ponto da Avenida Prestes Maia, uma vez que a passagem antes utilizada por centenas de moradores está parcialmente bloqueada, por conta das obras. Os acidentes nesta pista são comuns e acontecem há anos, mas é perceptível o seu aumento nos últimos meses.

O MDDF esclarece que a passarela deveria ser no mínimo, medida compensatória da Fundação Casa. Um Estudo de Impacto de Vizinhança bem elaborado e discutido com a população teria apontado para medidas mitigadoras, como a construção antecipada da passarela. Infelizmente as obras começaram sem estudo e sem mitigações dos impactos. As audiências públicas solicitadas formalmente pelo MDDF junto ao Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU) e à Prefeitura foram desconsideradas.

As contrapartidas negociadas pela Prefeitura junto ao Estado em nada refletem os impactos da construção das unidades da Fundação Casa no bairro e tampouco na melhoria dos problemas enfrentados pelos moradores, como o risco em atravessar a Avenida Prestes Maia. Estes riscos serão maiores com a intensificação do fluxo de pedestres chegando às Unidades da Fundação Casa.

Lamentamos a tragédia ocorrida e nos juntamos aos moradores de toda a cidade para exigir ações que valorizem a vida e priorizem o pedestre.

Santo André, 24 de agosto de 2011.

MDDF Santo André.

Nota do MDDF sobre construção de Passarela Avenida Prestes Maia (pdf)

Notícias do MDDF – agosto de 2011

Anote aí!  O MDDF tem um novo número de telefone – (11) 2988-4088!

Veja algumas fotos das nossas atividades recentes:

Encontro de representantes dos núcleos, parte do Projeto Formação de Lideranças, apoiado pela BrazilFoundation.

A Câmara Municipal sediou uma Audiência Pública sobre a Fundação CASA, a pedido do MDDF, com participação de mais de 250 moradores do Conjunto Prestes Maia, Tamarutaca e entorno.

Acompanhe as notícias sobre o inquérito do Ministério Público frente às denúncias do MDDF referente à construção da Fundação CASA em Santo André na nossa nova página – Comitê Local Conjunto Prestes Maia.  Esta parte do site do MDDF está em construção – fique de olho para novas páginas dos comitês locais e associações dos núcleos ao longo do ano.

Quer comunicar-se com o MDDF?   Além de telefone, pode ser por correio, Facebook ou e-mail!  Veja todas as informações aqui.

Audiência Pública sobre a Fundação CASA na Câmara Municipal de Santo André

Nesta quarta-feira, 25 de maio, às 19h, o MDDF convida a todos seus apoiadores para participarem da Audiência Pública na Câmara Municipal de Santo André.   Será a primeira vez que a localização proposta para a construção da Fundação CASA será discutida de forma aberta e com participação dos munícipes e vereadores, desde que os moradores dos bairros Sacadura Cabral, Aquilino, Santa Maria, Palmares e Guiomar souberam pela mídia da intenção de construir duas unidades da Fundação CASA perto das suas casas, em outubro de 2009.

Participarão, além de 300 moradores do entorno da área proposta, representantes da Fundação CASA/Governo do Estado, Prefeitura de Santo André e vereadores.

Esta audiência é uma conquista do MDDF e do Movimento FEBEM Não, que há quase dois anos exigem uma discussão pública deste assunto tão importante para a cidade.

O terreno em disputa, revindicado desde 2008 como área verde e espaço de lazer pelos moradores do entorno, se localiza a 50m do Conjunto Habitacional Prestes Maia, ao lado do Centro de Detenção Provisória de Santo André e em frente ao SESC Santo André.  É um terreno municipal, cedido por decreto pelo Prefeito à Fundação CASA em fevereiro de 2010.   A permissão de uso a título precário (ou seja, que pode ser revogado a qualquer momento) foi concedida sem consulta à Câmara nem aos moradores da cidade.  Por tanto, o MDDF Santo André ressalta a importância de participação da população e de todos os vereadores de Santo André nesta Audiência.   Todos estão convidados também a assinar o abaixo-assinado online e entrar em contato com os vereadores da cidade, clicando aqui.

Histórico:

Depois da denúncia do MDDF ao Ministério Público, a Prefeitura notificou a obra em 2 de maio.  Depois de um tempo parado, e até acusações falsas que a paralisação foi resultada de ameaças por parte de moradores da vizinhança, a obra foi retomada no dia 10 de maio, de forma ilegal.  O que está em questão é a validade do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação de Solo, leis municipais que exigem do empreendedor, público ou privado, a realização do Estudo de Impacto de Vizinhança e uma variedade de procedimentos para consulta pública e mitigação do impacto de obras de impacto, tais como unidades de reeducação de menores.   Porém, o Estado se diz isento desta lei.  A Prefeitura de Santo André aplicou três multas à obra, mas não tomou medidas para paralisá-la.

Frustrados com o disrepeito à lei e com a obra acontecendo a todo vapor, os moradores se mobilizaram:

Passeata à Câmara em 12 de maio

Protesto durante a visita do Governador Geraldo Alckmin a Santo André, em 18 de maio

Protesto das crianças: Que vergonha, que horror! Governo não lê o ECA nem o Plano Diretor!

O resultado principal desta mobilização foi uma reunião do presidente do MDDF e uma comissão de moradores do Conjunto Prestes Maia com o Governador Geraldo Alckmin, o Prefeito Aidan Ravin e o vereador Paulinho Serra no mesmo dia, 18 de maio.

Nesta reunião, foi marcada outra reunião entre a Presidente da Fundação CASA,  Berenice Gianella, o Vice-Presidente da Fundação CASA, Claudio Piteri, o deputado Orlando Morando, o vereador Paulinho Serra e representantes do MDDF e do Movimento FEBEM Não.  Nesta reunião, que aconteceu em 18 de maio, foram acordados três pontos:

– Acontecerá uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Santo André no 25 de maio

– As obras serão paralisadas até a realização da Audiência Pública

– Se a Prefeitura assumir os custos de limpeza do terreno da Avenida dos Estados, doado com a aprovação da Câmara Municipal, a Fundação CASA não se contrapõe à construção das unidades no terreno da Avenida dos Estados.

Participe da Audiência Pública nesta quarta-feira para lembrar à Prefeitura e ao Governo do Estado que o Plano Diretor de Santo André, fruto de longa discussão e muita luta, precisa ser cumprido, garantindo o planejamento, gestão e construção participativa da cidade.

Pedido de Esclarecimentos pela Fundação CASA

Santo André, 5 de maio de 2011

Esta nota será lida na Câmara dos Vereadores de Santo André, hoje às 18h, e enviada à mídia local.

O MDDF Santo André solicita esclarecimentos pela Fundação CASA quanto à afirmação publicada na reportagem do Diário do Grande ABC no dia 4 de maio de 2011, que diz que a obra da Fundação CASA foi parada em virtude de ameaças dos moradores da vizinhança aos funcionários da obra. Alegações como esta precisam de provas e exigem a apuração pela Fundação CASA, responsável pela contratação da obra. Não havendo provas, pedimos esclarecimentos públicos pela Presidente da Fundação CASA. Ressaltamos que os moradores do entorno fazem parte de um movimento social pacífico que defende os direitos dos moradores na construção da cidade e que teve que acionar o Ministério Público para que a Fundação CASA cumpra a lei.

Segundo o Diário do Grande ABC do 4 de maio, “As obras até foram interrompidas na manhã de ontem, mas a paralisação não foi motivada pela decisão da Prefeitura. Na verdade, os operários informaram que foram ameaçados por moradores vizinhos ao terreno, contrários à construção das unidades da Fundação Casa. A Polícia Militar foi acionada e os trabalhos foram retomados, desafiando a notificação da Prefeitura.”

Segundo o Repórter Diário do 3 de maio, por meio de nota a Fundação Casa afirmou que “as obras não estão paralisadas nem embargadas e que continuam normalmente.”

Uma instituição socioeducativa de jovens infratores não pode agir descumprindo a lei; tem que dar exemplos de como devemos viver em sociedade, respeitando as opiniões contrárias. Mentir para justificar seus erros não é um bom exemplo para os jovens.


Os fatos:

Foi anunciado pela presidente da Fundação CASA na mídia local que as obras começariam no dia 10 de março. Não houve nenhuma apresentação de estudos nem consulta pública até então. O terreno foi cedido a título precário pelo Prefeito Dr. Aidan Ravin, sem aprovação da Câmara Municipal. No dia 9 de março, o MDDF entrou com pedido no Ministério Público para instaurar inquérito civil, e se necessário, uma Ação Civil Pública, para garantir que a obra siga a lei municipal, que exige Estudo de Impacto de Vizinhança e outros providências que visem garantir que obras de impacto sejam discutidas com a população e incorporem medidas para minimizar seu impacto.

18 de abril – após diligências ao local das obras a Promotoria de Habitação e Urbanismo resolve abrir Inquérito Civl para apuração das denuncias.

29 de abril – Questionado por integrantes do MDDF, o Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Sr. Frederico Muraro Filho, anunciou na Câmara Municipal que as obras seriam embargadas pela Prefeitura por causa da solicitação da promotoria de justiça.

2 de maio – Moradores do entorno e representantes do MDDF acompanharam a notificação por fiscais da Prefeitura no local da obra e a obra parou.

3 de maio – a mídia local relata que por meio de nota, a Fundação Casa afirmou que “as obras não estão paralisadas nem embargadas e que continuam normalmente.”

4 de maio – a obra foi retomada de manhã. Soubemos da alegação de ameaças por dois meios de comunicação diferentes (Diário do Grande ABC e ABCD Maior, que não publicou a alegação). Uma comissão de 15 moradores foi conversar com o gerente da obra, Sr. Francisco, para pedir explicações e reforçar que o movimento é pacífico e dentro da lei. Gravamos esta entrevista. Ele não apresentou provas e reconheceu que não tinha sustentação nenhuma para a alegação que foi o movimento de moradores que tinha sido responsável por qualquer ameaça ou pela decisão de parar a obra. Confirmou que a paralisação da obra foi por causa da notificação pela Prefeitura de Santo André, que aconteceu na segunda-feira e novamente na quarta-feira.

Hoje, 5 de maio, a mídia local noticiou que a obra foi multada e embargada até apresentar a documentação exigida por lei.

——————————————————————————-
http://www.dgabc.com.br/News/5883536/fundacao-casa-desrespeita-prefeitura.aspx

Fundação Casa desrespeita Prefeitura

Renan Fonseca
Do Diário do Grande ABC

7 comentário(s)

A Fundação Casa informou ontem que não vai acatar a notificação da Prefeitura de Santo André para paralisar a construção das duas unidades em área próxima ao CDP (Centro de Detenção Provisória na Vila Sacadura Cabral. O órgão estadual foi comunicado segunda-feira pela administração municipal de que deveria interromper os trabalhos no local, com base em sugestão do Ministério Público.

As obras até foram interrompidas na manhã de ontem, mas a paralisação não foi motivada pela decisão da Prefeitura. Na verdade, os operários informaram que foram ameaçados por moradores vizinhos ao terreno, contrários à construção das unidades da Fundação Casa. A Polícia Militar foi acionada e os trabalhos foram retomados, desafiando a notificação da Prefeitura.

Em reunião na segunda-feira com a administração municipal, representantes da Fundação Casa repassaram informações sobre volume de terra removido da área, além de outros esclarecimentos solicitados via inquérito civil pelo Ministério Público. No dia 9, a promotoria acatou denúncia de moradores do Conjunto Habitacional Prestes Maia, de que a Fundação Casa não teria licenciamento para erguer as unidades.

Os promotores ainda estão apurando o caso, mas no documento aconselharam a Prefeitura a solicitar a interrupção das obras até que o inquérito seja concluído. Porém, ressaltaram que não se trata de uma obrigação, uma vez que nenhuma determinação judicial foi expedida.

A Fundação Casa informou ontem que todos os detalhes da obra foram repassados à administração na segunda-feira, e que vai manter a construção mesmo sem o consentimento da Prefeitura.

DENÚNCIA

Inconformados ainda estão os vizinhos das futuras unidades da Fundação Casa. O presidente do movimento de moradores, Edinilson Ferreira Santos, explicou que, além de ter encaminhado denúncia à promotoria, a comunidade pediu ao Semasa (Saneamento Ambiental de Santo André) a paralisação das obras, porque o órgão estadual não teria licença ambiental para realizar os serviços. “Aqui é um bairro residencial, e já somos prejudicados pela presença do CDP (Centro de Detenção Provisória)”, ressaltou.

O complexo da Fundação Casa em Santo André terá dois prédios, cada um com capacidade para abrigar 56 jovens infratores, na Avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira. A Prefeitura considera a região como não residencial, embora nas proximidades exista o conjunto habitacional.

A administração municipal informou, no início da noite de ontem, que ainda hoje vai enviar técnicos ao local e, caso constate movimentação de trabalhadores na área, tomará as providência cabíveis, embora não tenha especificado o que pretende fazer caso as obras estejam em curso.

MDDF denuncia obra irregular ao Ministério Público

Denúncia por movimento de moradia ao Ministério Público leva a embargo da obra pela Prefeitura de Santo André

O MDDF Santo André protocolou no Ministério Público no dia 9 de março de 2011 denúncia sobre a obra da Fundação CASA (ex-FEBEM) na Avenida Dom Jorge Marcos de Oliveira, em frente ao SESC Santo André e ao lado do Centro de Detenção Provisória de Santo André.  No dia 18 de abril, o Promotor de Justiça Fábio Henrique Franchi instaurou inquérito civil e recomendou à Prefeitura de Santo André a anulação do alvará de uso de solo.  Ainda deu prazo de 20 dias para a Fundação CASA apresentar o projeto da obra e o Estudo de Impacto de Vizinhança, ou na sua falta, esclarecimentos sobre o por quê da movimentação de terra no local.

O Plano Diretor (Lei Municipal 8.696) de Santo André coloca como condição do licenciamento de empreendimentos de impacto, tais como unidades de reeducação de menores, o Estudo de Impacto de Vizinhança e outros procedimentos específicos. O Secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Frederico Muraro Filho, foi questionado por integrantes do MDDF em audiência pública nesta sexta-feira na Câmara dos Vereadores sobre os motivos da Prefeitura deixar de fiscalizar o cumprimento do Plano Diretor. Segundo o secretário, a Prefeitura de Santo André só tomou conhecimento das irregularidades por meio do Ministério Público. “Na verdade, não foi a Prefeitura quem não cumpriu. Quem descumpriu o regulamento, foi o Estado. Eles já foram autuados.” Hoje de manhã, cerca de 80 moradores do entorno acompanharam os fiscais da Prefeitura na notificação de paralisação da obra.  Para mais informações, veja www.febemnao.wordpress.com.

Este slideshow necessita de JavaScript.

 

Visita aos núcleos de Santo André

Veja release enviado para a mídia e fotos do encontro do dia 2 de abril.

O MDDF Santo André, entidade de sociedade civil que surgiu da luta dos moradores de favelas de Santo André nos anos 70 e 80, inicia uma série de encontros de lideranças de núcleos habitacionais da cidade. 

Os encontros fazem parte do Projeto Formação de Lideranças, que será desenvolvido ao longo de 2011 com apoio da organização não-governamental BrazilFoundation, sediada no Rio de Janeiro e Nova Iorque.

O objetivo do projeto é promover a organização e articulação entre as comunidades, permitindo o fortalecimento e autonomia do movimento de moradia junto ao poder público e à sociedade. Participam dos encontros as lideranças e representantes de associações de moradores de 12 dos principais núcleos e conjuntos habitacionais populares da cidade. O projeto objetiva ainda resgatar a história do MDDF na cidade, por meio da gravação de um documentário que registre a história contada pelos integrantes da entidade.

“O MDDF tem uma história comprometida com a construção de uma cidade mais justa que vale a pena ser compartilhada com novas gerações”, comenta Edinilson  dos Santos, presidente do MDDF.

No dia 2 de abril, um grupo de 20 novas e antigas lideranças percorreram em caravana os núcleos habitacionais e os locais de relevancia em saneamento de Santo André. Neste encontro, conheceram melhor a situação atual e história das outras comunidades da cidade, favorecendo a troca de experiências e aprendizagem mútua entre moradores de diversas áreas. Técnicos do Departamento de Gestão Ambiental do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André – Semasa ainda esclareceram dúvidas sobre o funcionamento dos serviços públicos de saneamento.

Jane Oliveira, moradora do Jardim Cristiane, e Edinilson dos Santos, presidente do MDDF, mostram a Praça da Mocidade no Jardim Cristiane

A BrazilFoundation tem como missão gerar e investir recursos em projetos sociais de organizações da sociedade civil que promovem desenvolvimento e transformam realidades sociais no Brasil. Anualmente seleciona e financia projetos de associações comunitárias nas áreas de cidadania, direitos humanos, educação, saúde e cultura. Entre os brasileiros que contribuem com a organização está o cantor Gilberto Gil, membro do Conselho Consultivo, e a modelo Gisele Bündchen, que leiloou seu vestido em evento beneficente, arrecadando 50 000 dólares para a organização.

Moradores de núcleos da cidade e arquiteto do Semasa conhecem a área urbanizada do Jardim Alzira Franco
Andréia (integrante da Diretoria do MDDF), Carmelita (Homero Thon), Maria Helena (Pintassilgo), Tânia (Haras) e Angelina (Sacadura Cabral) trocam idéias enquanto caminham pelo Jardim Cristiane

Encontros do Projeto Formação de Lideranças

Veja algumas fotos do encontro de 26 de março do Projeto Formação de Lideranças.

Edi, Presidente do MDDF, abre o encontro.


Foram 15 participantes representando 8 núcleos e conjuntos habitacionais da cidade de Santo André.

Lúcia, do setor de Relações Comunitários do Semasa, apresenta as atividades da autarquia municipal.

Equipe do Semasa:  Departamento de Gestão Ambiental, Departamento de Resíduos Sólidos e Coordenadoria de Comunicação.